TEDE Universidade Católica de Santos Programa de Pós-graduação Mestrado em Saúde Coletiva
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Type: Dissertação
Title: Cobertura de saneamento básico, áreas alagáveis e a prevalência de doenças de veiculação hídrica no dique da Vila Gilda e na Zona Noroeste de Santos/SP
Author(s): Batista, Marina Santos Medeiro
First Advisor: Braga, Alfésio Luis Ferreira
First member of the board: Braga, Alfésio Luis Ferreira
Second member of the board: Bumba, Marco Antonio Cismeiro
Third board member: Pamplona, Ysabely de Aguiar Pontes
Abstract: Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) revelam que apesar de ter liderado o ranking de saneamento, Santos-SP apresenta disparidades, especialmente no Dique da Vila Gilda. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de Doenças de Veiculação Hídrica (DVH) em quatro bairros da zona noroeste que diferem em infraestrutura de saneamento básico, no período de 2015 a 2021, de acordo com faixa etária, sexo, ano, DVH e risco de alagamentos. Dados de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) e das Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) foram coletados junto à Secretaria Municipal de Saúde de Santos, enquanto as informações de internação hospitalar foram obtidas através do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS). Cálculo de porcentagem foram feitos para avaliar a frequência dos casos em cada região – com palafitas (RCP) e sem palafitas (RSP) -, por cada variável, tipo de atendimento e risco de alagamento – Áreas Alagáveis (AA) e Áreas Não Alagáveis (ANA). Taxas de prevalência (PR) de DVH por 10 mil habitantes foram calculadas e testes de comparação de proporções foram conduzidos para avaliar diferenças entre elas, adotando o limite de significância de 5%. Foi utilizado o programa Quantum Geographic Information System (QGIS) para analisar a distribuição geográfica dos casos considerando o risco de alagamento nas áreas de moradia – classificadas em alagáveis e não alagáveis. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre RSP e a RCP nas UBS's (PR = 41,4; PR = 40,2; p-valor = 0,980). Nas UPA’s a maior taxa de DVH foi na RSP (PR = 628,9; p-valor <0,001). No entanto, as internações por DVH foram mais frequentes nas RCP (PR = 9,8). As mulheres da RSP apresentaram as maiores taxas nos casos das UBS’s (PR = 46,3) e das UPA’s (PR = 770,5) em relação às mulheres da RCP. Não houve diferença entre os homens nas duas regiões nos atendimentos das UBS’s (PR = 41,9; PR = 41,7; p-valor = 0,970) e nas UPA’s, os moradores da RSP apresentaram maior proporção (PR = 602,7). Ao comparar os sexos nas duas regiões, na UBS, as mulheres da RSP predominaram (PR = 46,3), porém, não houve diferença entre os sexos na RCP (PR = 38,9; 41,7; p-valor = 0,183). Nas UPA’s, as taxas foram maiores nas mulheres na RSP (PR = 770,5) e nos homens na RCP (PR = 550,8). Os homens foram mais hospitalizados, principalmente nas palafitas (PR = 13,9). Nas UBS’s e UPA’s, as crianças de 05 a 09 anos tiveram as maiores taxas, principalmente na RSP (PR = 985,5; 8130,6). Os adolescentes de 10 a 19 anos da RCP tiveram maior taxa de internação (PR = 31,7). Os anos de 2019 e 2020 apresentaram as maiores proporções de casos. Em 2019, os maiores valores foram nos casos atendidos nas UBS’s na RCP (PR = 14,7), nos casos das UPA’s nas duas regiões (PR = 223,9; 183,2), enquanto em 2020, as maiores taxas foram na UBS na RSP (PR = 8,0) e nas internações nas duas regiões (PR = 1,72). A diarreia e gastroenterite foi a DVH mais prevalente nos atendimentos nas UBS’s e UPA’s, principalmente na RSP (PR = 65,6; 1074,7). A leptospirose foi a maior causa das internações, destacando-se na RCP (PR = 4,9), seguida da diarreia e gastroenterite (PR = 2,58; 2,94; p-valor <0,001). As AA apresentaram maior concentração geográfica de casos e frequência de DVH das UBS (83,4%), UPA’s (77,9%) e hospitalizações (81,4%), indicando que mesmo em locais sem palafitas, mas alagáveis, a incidência de DVH é notável. Concluiu-se que apenas a presença de saneamento básico pode não ser o suficiente para prevenir o adoecimento por DVH, visto que outros fatores podem estar envolvidos, como os alagamentos. Os alagamentos aliados à falta de saneamento contribuem para formas mais graves de DVH que demandem hospitalização, como é o caso da leptospirose. Desse modo, implementar políticas públicas para ampliar o saneamento em áreas de palafitas e melhorar a drenagem em regiões propensas a alagamentos pode ser uma eficaz medida preventiva contra DVH.
Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) revelam que apesar de ter liderado o ranking de saneamento, Santos-SP apresenta disparidades, especialmente no Dique da Vila Gilda. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de Doenças de Veiculação Hídrica (DVH) em quatro bairros da zona noroeste que diferem em infraestrutura de saneamento básico, no período de 2015 a 2021, de acordo com faixa etária, sexo, ano, DVH e risco de alagamentos. Dados de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) e das Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) foram coletados junto à Secretaria Municipal de Saúde de Santos, enquanto as informações de internação hospitalar foram obtidas através do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS). Cálculo de porcentagem foram feitos para avaliar a frequência dos casos em cada região – com palafitas (RCP) e sem palafitas (RSP) -, por cada variável, tipo de atendimento e risco de alagamento – Áreas Alagáveis (AA) e Áreas Não Alagáveis (ANA). Taxas de prevalência (PR) de DVH por 10 mil habitantes foram calculadas e testes de comparação de proporções foram conduzidos para avaliar diferenças entre elas, adotando o limite de significância de 5%. Foi utilizado o programa Quantum Geographic Information System (QGIS) para analisar a distribuição geográfica dos casos considerando o risco de alagamento nas áreas de moradia – classificadas em alagáveis e não alagáveis. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre RSP e a RCP nas UBS's (PR = 41,4; PR = 40,2; p-valor = 0,980). Nas UPA’s a maior taxa de DVH foi na RSP (PR = 628,9; p-valor <0,001). No entanto, as internações por DVH foram mais frequentes nas RCP (PR = 9,8). As mulheres da RSP apresentaram as maiores taxas nos casos das UBS’s (PR = 46,3) e das UPA’s (PR = 770,5) em relação às mulheres da RCP. Não houve diferença entre os homens nas duas regiões nos atendimentos das UBS’s (PR = 41,9; PR = 41,7; p-valor = 0,970) e nas UPA’s, os moradores da RSP apresentaram maior proporção (PR = 602,7). Ao comparar os sexos nas duas regiões, na UBS, as mulheres da RSP predominaram (PR = 46,3), porém, não houve diferença entre os sexos na RCP (PR = 38,9; 41,7; p-valor = 0,183). Nas UPA’s, as taxas foram maiores nas mulheres na RSP (PR = 770,5) e nos homens na RCP (PR = 550,8). Os homens foram mais hospitalizados, principalmente nas palafitas (PR = 13,9). Nas UBS’s e UPA’s, as crianças de 05 a 09 anos tiveram as maiores taxas, principalmente na RSP (PR = 985,5; 8130,6). Os adolescentes de 10 a 19 anos da RCP tiveram maior taxa de internação (PR = 31,7). Os anos de 2019 e 2020 apresentaram as maiores proporções de casos. Em 2019, os maiores valores foram nos casos atendidos nas UBS’s na RCP (PR = 14,7), nos casos das UPA’s nas duas regiões (PR = 223,9; 183,2), enquanto em 2020, as maiores taxas foram na UBS na RSP (PR = 8,0) e nas internações nas duas regiões (PR = 1,72). A diarreia e gastroenterite foi a DVH mais prevalente nos atendimentos nas UBS’s e UPA’s, principalmente na RSP (PR = 65,6; 1074,7). A leptospirose foi a maior causa das internações, destacando-se na RCP (PR = 4,9), seguida da diarreia e gastroenterite (PR = 2,58; 2,94; p-valor <0,001). As AA apresentaram maior concentração geográfica de casos e frequência de DVH das UBS (83,4%), UPA’s (77,9%) e hospitalizações (81,4%), indicando que mesmo em locais sem palafitas, mas alagáveis, a incidência de DVH é notável. Concluiu-se que apenas a presença de saneamento básico pode não ser o suficiente para prevenir o adoecimento por DVH, visto que outros fatores podem estar envolvidos, como os alagamentos. Os alagamentos aliados à falta de saneamento contribuem para formas mais graves de DVH que demandem hospitalização, como é o caso da leptospirose. Desse modo, implementar políticas públicas para ampliar o saneamento em áreas de palafitas e melhorar a drenagem em regiões propensas a alagamentos pode ser uma eficaz medida preventiva contra DVH.
Abstract: Data from the National Sanitation Information System (SNIS) reveal that despite leading the sanitation ranking, Santos-SP shows disparities, especially in the Vila Gilda Dike. The study aimed to assess the prevalence of Waterborne Diseases (WD) in four neighborhoods in the northwest region that differ in basic sanitation infrastructure from 2015 to 2021, according to age group, gender, year, WD, and flood risk. Health care data from Basic Health Units (UBS's) and Emergency Care Units (UPA's) were collected from the Municipal Health Department of Santos, while hospitalization information was obtained through the Hospital Information System of the Unified Health System (SIH-SUS). Percentage calculations were made to assess the frequency of cases in each region - with stilt houses (RCP) and without stilt houses (RSP) - for each variable, type of care, and flood risk - Floodable Areas (AA) and Non-Floodable Areas (ANA). Prevalence rates (PR) of WD per 10,000 inhabitants were calculated, and proportion comparison tests were conducted to evaluate differences between them, adopting a significance level of 5%. The Quantum Geographic Information System (QGIS) was used to analyze the geographical distribution of cases considering the flood risk in residential areas - classified as floodable and non-floodable. No statistically significant differences were observed between RSP and RCP in UBS's (PR = 41.4; PR = 40.2; p-value = 0.980). In UPA's, the highest WD rate was in RSP (PR = 628.9; p-value <0.001). However, hospitalizations for WD were more frequent in RCP (PR = 9.8). Women from RSP had the highest rates in UBS cases (PR = 46.3) and UPA cases (PR = 770.5) compared to women from RCP. There was no difference between men in both regions in UBS care (PR = 41.9; PR = 41.7; p-value = 0.970), and in UPA's, residents of RSP had a higher proportion (PR = 602.7). When comparing genders in both regions, in UBS, women from RSP predominated (PR = 46.3), but there was no difference between genders in RCP (PR = 38.9; 41.7; p-value = 0.183). In UPA's, rates were higher in women in RSP (PR = 770.5) and in men in RCP (PR = 550.8). Men were more hospitalized, especially in stilt houses (PR = 13.9). In UBS's and UPA's, children aged 05 to 09 had the highest rates, especially in RSP (PR = 985.5; 8130.6). Adolescents aged 10 to 19 in RCP had a higher hospitalization rate (PR = 31.7). The years 2019 and 2020 had the highest proportions of cases. In 2019, the highest values were in cases attended at UBS's in RCP (PR = 14.7), in UPA cases in both regions (PR = 223.9; 183.2), while in 2020, the highest rates were in UBS in RSP (PR = 8.0) and in hospitalizations in both regions (PR = 1.72). Diarrhea and gastroenteritis were the most prevalent WDs in UBS and UPA care, especially in RSP (PR = 65.6; 1074.7). Leptospirosis was the leading cause of hospitalizations, especially in RCP (PR = 4.9), followed by diarrhea and gastroenteritis (PR = 2.58; 2.94; p-value <0.001). Floodable Areas showed a higher geographic concentration of cases and WD frequency in UBS (83.4%), UPA (77.9%), and hospitalizations (81.4%), indicating that even in non-stilted areas but flood-prone, the incidence of WD is notable. It was concluded that only the presence of basic sanitation may not be enough to prevent waterborne diseases, as other factors may be involved, such as floods. Floods, combined with a lack of sanitation, contribute to more severe forms of waterborne diseases requiring hospitalization, such as leptospirosis. Thus, implementing public policies to expand sanitation in stilted areas and improve drainage in flood-prone regions can be an effective preventive measure against waterborne diseases.
Data from the National Sanitation Information System (SNIS) reveal that despite leading the sanitation ranking, Santos-SP shows disparities, especially in the Vila Gilda Dike. The study aimed to assess the prevalence of Waterborne Diseases (WD) in four neighborhoods in the northwest region that differ in basic sanitation infrastructure from 2015 to 2021, according to age group, gender, year, WD, and flood risk. Health care data from Basic Health Units (UBS's) and Emergency Care Units (UPA's) were collected from the Municipal Health Department of Santos, while hospitalization information was obtained through the Hospital Information System of the Unified Health System (SIH-SUS). Percentage calculations were made to assess the frequency of cases in each region - with stilt houses (RCP) and without stilt houses (RSP) - for each variable, type of care, and flood risk - Floodable Areas (AA) and Non-Floodable Areas (ANA). Prevalence rates (PR) of WD per 10,000 inhabitants were calculated, and proportion comparison tests were conducted to evaluate differences between them, adopting a significance level of 5%. The Quantum Geographic Information System (QGIS) was used to analyze the geographical distribution of cases considering the flood risk in residential areas - classified as floodable and non-floodable. No statistically significant differences were observed between RSP and RCP in UBS's (PR = 41.4; PR = 40.2; p-value = 0.980). In UPA's, the highest WD rate was in RSP (PR = 628.9; p-value <0.001). However, hospitalizations for WD were more frequent in RCP (PR = 9.8). Women from RSP had the highest rates in UBS cases (PR = 46.3) and UPA cases (PR = 770.5) compared to women from RCP. There was no difference between men in both regions in UBS care (PR = 41.9; PR = 41.7; p-value = 0.970), and in UPA's, residents of RSP had a higher proportion (PR = 602.7). When comparing genders in both regions, in UBS, women from RSP predominated (PR = 46.3), but there was no difference between genders in RCP (PR = 38.9; 41.7; p-value = 0.183). In UPA's, rates were higher in women in RSP (PR = 770.5) and in men in RCP (PR = 550.8). Men were more hospitalized, especially in stilt houses (PR = 13.9). In UBS's and UPA's, children aged 05 to 09 had the highest rates, especially in RSP (PR = 985.5; 8130.6). Adolescents aged 10 to 19 in RCP had a higher hospitalization rate (PR = 31.7). The years 2019 and 2020 had the highest proportions of cases. In 2019, the highest values were in cases attended at UBS's in RCP (PR = 14.7), in UPA cases in both regions (PR = 223.9; 183.2), while in 2020, the highest rates were in UBS in RSP (PR = 8.0) and in hospitalizations in both regions (PR = 1.72). Diarrhea and gastroenteritis were the most prevalent WDs in UBS and UPA care, especially in RSP (PR = 65.6; 1074.7). Leptospirosis was the leading cause of hospitalizations, especially in RCP (PR = 4.9), followed by diarrhea and gastroenteritis (PR = 2.58; 2.94; p-value <0.001). Floodable Areas showed a higher geographic concentration of cases and WD frequency in UBS (83.4%), UPA (77.9%), and hospitalizations (81.4%), indicating that even in non-stilted areas but flood-prone, the incidence of WD is notable. It was concluded that only the presence of basic sanitation may not be enough to prevent waterborne diseases, as other factors may be involved, such as floods. Floods, combined with a lack of sanitation, contribute to more severe forms of waterborne diseases requiring hospitalization, such as leptospirosis. Thus, implementing public policies to expand sanitation in stilted areas and improve drainage in flood-prone regions can be an effective preventive measure against waterborne diseases.
Keywords: doenças de veiculação hídrica; saneamento; alagamento; saúde
doenças de veiculação hídrica; saneamento; alagamento; saúde
waterborne diseases; sanitation; flooding; health
waterborne diseases; sanitation; flooding; health
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Language: por
Country : Brasil
Publisher: Universidade Católica de Santos
Institution's Acronym: Católica de Santos
Department: Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde
Program: Doutorado em Saúde Coletiva
Citation: BATISTA, Marina Santos Medeiro. Cobertura de saneamento básico, áreas alagáveis e a prevalência de doenças de veiculação hídrica no dique da Vila Gilda e na Zona Noroeste de Santos/SP. 2024. 96 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Católica de Santos, Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Saúde Coletiva, 2024
BATISTA, Marina Santos Medeiro. Cobertura de saneamento básico, áreas alagáveis e a prevalência de doenças de veiculação hídrica no dique da Vila Gilda e na Zona Noroeste de Santos/SP. 2024. 96 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Católica de Santos, Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Saúde Coletiva, 2024
Type of Access: Acesso Aberto
URI: https://tede.unisantos.br/handle/tede/8017
Issue Date: 28-Feb-2024
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