TEDE Universidade Católica de Santos Programa de Pós-graduação Mestrado Profissional em Psicologia, Desenvolvimento e Políticas Públicas
Please use this identifier to cite or link to this item: https://tede.unisantos.br/handle/tede/8036
Full metadata record
DC FieldValueLanguage
dc.creatorRodrigues, Paulo Rogerio Alves-
dc.creator.ID029.127.288-60pt_BR
dc.creator.Latteshttp://lattes.cnpq.br/9483348895938612pt_BR
dc.contributor.advisor1Alves, Helio-
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/4375051727191419pt_BR
dc.contributor.referee1Nobre, Thalita Lacerda-
dc.contributor.referee2Santos, Aldenir Dias dos-
dc.contributor.referee3Nascimento, Luiz Sales do-
dc.date.accessioned2024-07-24T17:36:43Z-
dc.date.available2024-04-15-
dc.date.available2024-07-24T17:36:43Z-
dc.date.issued2024-04-15-
dc.identifier.citationRODRIGUES, Paulo Rogerio Alves. Violências consentidas : as mãos invisíveis do estado e do mercado na produção de violência contra a mulher usuária compulsiva de drogas na cracolândia do Bairro José Menino, em Santos. 2024. 201 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Católica de Santos, Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Psicologia, Desenvolvimento e Políticas Públicas, 2024pt_BR
dc.identifier.urihttps://tede.unisantos.br/handle/tede/8036-
dc.description.resumoEsta dissertação expõe os resultados da pesquisa realizada na Cracolândia do bairro José Menino, em Santos (SP), destacando a violência endêmica contra mulheres em situação de rua e usuárias de drogas. A pesquisa abrangeu o período de dezembro de 2023 a janeiro de 2024 e incluiu 24 mulheres entre 20 a 50 anos. Foi empregado um design metodológico qualitativo-quantitativo, com instrumentos que incluíram pesquisa de múltipla escolha e entrevistas abertas, para explorar as experiências das mulheres com relação à violência, racismo e a vida na Cracolândia. Adotando o método fenomenológico de Alfred Schütz, o estudo absteve-se de julgamentos prévios e se concentrou nas experiências cotidianas das entrevistadas. Os achados são alarmantes: todas as mulheres relataram violência e 85% sofreram agressões múltiplas de diferentes agressores. As sequelas emocionais e psicológicas são significativas, manifestando-se como medo, insegurança, solidão e tristeza prolongada. Os resultados revelam a falha no apoio institucional às vítimas, com o déficit alarmante de suporte dos serviços públicos. Os dados indicam que 80% das mulheres enfrentaram a violência sem solidariedade, e aquelas que receberam ajuda, a encontraram predominantemente entre parceiros de vício. Esta situação ilustra a ineficiência estatal na proteção e assistência a este grupo vulnerável. Chama atenção o contraste entre a realidade vivida pelas mulheres e o reportado em documentos oficiais como o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 e o Atlas da Violência de 2023. Essas fontes sequer reconhecem a Cracolândia como zona de violência interna, apesar dos achados do estudo. Adicionalmente, os Boletins de Ocorrência da Polícia Civil de Santos, de 2018 a 2022, desmistificam a noção de que pessoas em situação de rua e usuárias de drogas estão intrinsecamente ligadas à criminalidade. A análise sugere que a violência na Cracolândia expressa o neofascismo e se manifesta no racismo estrutural, na misoginia, homofobia, transfobia e na aporofobia. É demonstrada que a função de controle social racializada faz da Cracolândia a junção das funções desempenhadas no passado pela senzala e o pelourinho, onde a violência é uma constante e os direitos civis muitas vezes ignorados, mantendo as mulheres em uma espiral de marginalização e violência. Conclui-se que a Cracolândia simboliza um espaço de punição racial e exclusão social, onde a presença do Estado falha em ser uma alternativa confiável à agressividade local. Esta dissertação desafia a percepção de que a área é neutra em termos de violência interna e aponta à necessidade de uma ação estatal urgente frente à realidade sombria, dando voz àquelas frequentemente esquecidas pelas narrativas oficiais e institucionais.pt_BR
dc.description.abstractThis dissertation unveils the findings of research conducted in the Crackland of the José Menino neighborhood in Santos (SP), highlighting endemic violence against homeless women and drug users. The study spanned from December 2023 to January 2024 and included 24 women aged between 20 to 50 years. A qualitative-quantitative methodological design was employed, with instruments including multiple-choice surveys and open interviews, to probe into the women's experiences regarding violence, racism, and life in Crackland. Utilizing Alfred Schütz's phenomenological method, the study refrained from prior judgments and focused on the interviewees' everyday experiences. The findings are startling: all women reported violence, and 85% suffered repeated aggressions by various assailants. The emotional and psychological aftereffects are significant, manifesting as fear, insecurity, loneliness, and prolonged sadness. The results disclose an alarming failure in institutional support for the victims, with a critical deficit in public services' support. The data indicates that 80% of the women faced violence without solidarity, and those who did receive help found it predominantly among addiction partners. This situation illustrates the state's inefficiency in protecting and assisting this vulnerable group. The contrast between the reality experienced by the women and what is reported in official documents such as the Brazilian Public Security Yearbook of 2023 and the Violence Atlas of 2023 is stark. These sources do not even acknowledge Crackland as an internal violence zone, despite the study's findings. Moreover, the Occurrence Bulletins from the Civil Police of Santos, from 2018 to 2022, debunk the notion that the homeless and drug users are inherently linked to criminality. The analysis suggests that the violence in Crackland expresses neofascism and is evident in structural racism, misogyny, homophobia, transphobia, and aporophobia. It is demonstrated that Crackland serves a role akin to the historical functions of the slave quarters and the whipping post, where violence is a constant and civil rights are often ignored, keeping the women in a spiral of marginalization and violence. The conclusion is that Crackland symbolizes a space of racial punishment and social exclusion, where the state's presence fails to be a reliable alternative to local aggressiveness. This dissertation challenges the perception that the area is neutral regarding internal violence and calls for urgent state action in the face of this grim reality, giving voice to those frequently forgotten by official narratives and institutions.pt_BR
dc.description.abstractEsta disertación presenta los resultados de la investigación realizada en la Cracklandia del barrio José Menino, en Santos (SP), resaltando la violencia endémica contra mujeres sin hogar y usuarias de drogas. El estudio se llevó a cabo desde diciembre de 2023 hasta enero de 2024 e incluyó a 24 mujeres de entre 20 y 50 años. Se utilizó un diseño metodológico cualitativo-cuantitativo, con instrumentos que incluyeron encuestas de múltiples opciones y entrevistas abiertas, para explorar las experiencias de las mujeres en relación con la violencia, el racismo y la vida en Cracklandia. Adoptando el método fenomenológico de Alfred Schütz, el estudio se abstuvo de juicios previos y se centró en las experiencias cotidianas de las entrevistadas. Los hallazgos son alarmantes: todas las mujeres informaron sobre violencia y el 85% sufrió agresiones repetidas por varios agresores. Las secuelas emocionales y psicológicas son significativas, manifestándose como miedo, inseguridad, soledad y tristeza prolongada. Los resultados revelan un fracaso alarmante en el apoyo institucional a las víctimas, con un déficit crítico de soporte de los servicios públicos. Los datos indican que el 80% de las mujeres enfrentaron la violencia sin solidaridad y aquellas que recibieron ayuda, la encontraron predominantemente entre compañeros de adicción. Esta situación ilustra la ineficiencia del estado en la protección y asistencia a este grupo vulnerable. El contraste entre la realidad vivida por las mujeres y lo que se informa en documentos oficiales como el Anuario Brasileño de Seguridad Pública de 2023 y el Atlas de Violencia de 2023 es llamativo. Estas fuentes ni siquiera reconocen a Cracklandia como una zona de violencia interna, a pesar de los hallazgos del estudio. Además, los Boletines de Ocurrencia de la Policía Civil de Santos, de 2018 a 2022, desmitifican la noción de que las personas sin hogar y los usuarios de drogas están intrínsecamente vinculados a la criminalidad. El análisis sugiere que la violencia en Cracklandia expresa el neofascismo y se manifiesta en el racismo estructural, la misoginia, la homofobia, la transfobia y la aporofobia. Se demuestra que Cracklandia cumple un rol similar a las funciones históricas de las barracas de esclavos y el poste de castigo, donde la violencia es constante y los derechos civiles a menudo son ignorados, manteniendo a las mujeres en una espiral de marginalización y violencia. Se concluye que Cracklandia simboliza un espacio de castigo racial y exclusión social, donde la presencia del estado falla en ser una alternativa confiable ante la agresividad local. Esta disertación desafía la percepción de que el área es neutra en términos de violencia interna y señala la necesidad de una acción estatal urgente frente a esta sombría realidad, dando voz a aquellas que frecuentemente son olvidadas por las narrativas oficiales e institucionales.pt_BR
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Católica de Santospt_BR
dc.publisher.departmentCentro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúdept_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsCatólica de Santospt_BR
dc.publisher.programMestrado em Psicologiapt_BR
dc.relation.referencesRODRIGUES, Paulo Rogerio Alves. Violências consentidas : as mãos invisíveis do estado e do mercado na produção de violência contra a mulher usuária compulsiva de drogas na cracolândia do Bairro José Menino, em Santos. 2024. 201 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Católica de Santos, Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Psicologia, Desenvolvimento e Políticas Públicas, 2024pt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectviolência endêmica; racismo estrutural; cracolândia; mulheres; vulnerabilidade; marginalizaçãopt_BR
dc.subjectendemic violence; structural racism; crackland; women; vulnerability; marginalizationpt_BR
dc.subjectviolencia endémica; racismo estructural; cracklandia; mujeres; vulnerabilidad; marginalizaciónpt_BR
dc.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIApt_BR
dc.titleViolências consentidas : as mãos invisíveis do estado e do mercado na produção de violência contra a mulher usuária compulsiva de drogas na cracolândia do Bairro José Menino, em Santospt_BR
dc.title.alternativeConsentful violences: the invisible hands of the state and market in producing violence against compulsive drug-using women in crackland of José Menino Neighborhood, in Santospt_BR
dc.title.alternativeViolencias Consentidas: las manos invisibles del estado y del mercado en la producción de violencia contra la mujer usuaria compulsiva de drogas en la cracklandia del Barrio José Menino, en Santospt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
Appears in Collections:Mestrado Profissional em Psicologia, Desenvolvimento e Políticas Públicas

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
Paulo Rogerio Alves Rodrigues.pdfDissertação_Mestrado em Psicologia8.4 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.